Entre Lugares
teatro caminheiro
O ar livre, a rua, o exterior, soam tão bem como modos de estar quanto forma de dialogar artisticamente. Este é o espaço privilegiado para a vivência comunitária.Num país como Portugal, a ocupação do ar livre, das praças, dos jardins, das praias é fundamental. Lugar que o sol ocupa e onde as famílias, as crianças e os espetadores acorrem para fazer da criação o seu lugar de contacto artístico onde o céu e a paisagem são a cenografia de fundo.
Desde sempre, quer seja em pequeno ou grande formato, em contextualizações históricas ou na presença dos muitos festivais, existem espaços natureza, espaços urbanos magníficos presentes no território. Espaços que vamos a povoar com inúmeras propostas nesta forma de estar, artística, com os seus modos tão particulares de se fazerem acontecer. Sejam criações, deambulações ou a apresentação do nosso tão acarinhado Teatro Dom Roberto, pensamos que a rua, o espaço ao ar livre, faz parte da nossa caminhada artística.
A rua não é simples, joga-se com a imprevisibilidade atmosférica, com a inconstância do espaço e das suas dinâmicas sociais, mas leva-se no imediato com a população local, com a população que faz deste momento um espaço de memórias. Estimamos imenso o espaço exterior e sentimos que estamos no lugar ideal para o fazer acontecer.
espetáculo de cariz medieval
M.6 . 00h30 O espetáculo representado por esta trupe de bonifrates é uma procura nos textos religiosos de histórias e personagens, criticando de uma forma burlesca a busca pela salvação da alma, pois este era o objetivo mais importante para os medievais e para alcançar a salvação era necessário seguir o caminho correto dentre as vias possíveis.
O mundo era apresentado pela Igreja de forma dualista, cristãos ou não-cristãos, Bem ou Mal, Deus ou Diabo e tanto os leigos quanto clérigos saíam em busca desta salvação da alma, e esta salvação era a preocupação fundamental dos medievos mais pelo pavor do castigo que pelo anseio do Céu.
Esta trupe coloca assim em causa estes preceitos, criticando de forma voraz todas as personagens, sejam elas pertencentes ao bem, ou ao mal, ao céu ou ao inferno, desde o Mito da Criação à expulsão de Adão e Eva do paraíso.
Expondo a árdua batalha da alma humana, que se debate entre o desejo dos prazeres, cometendo os pecados capitais, e o terror do abismo infernal, esta trupe põe em evidência as fraqueza humana dos seus espectadores e as fragilidades dos ensinamentos religiosos.
Na Idade Média apareceram companhias de teatro que, de cidade em cidade, representavam episódios bíblicos que muitas das vezes tinham pouco de religioso pois os representavam de uma forma burlesca, criticando e ridicularizando personagens "sagradas".
Perseguidos pela Igreja, estas trupes, deambulavam numa carroça em busca de novos espectadores.
Estas trupes começaram também a usar máscaras, para não serem reconhecidos, e desta forma mais facilmente representavam as suas personagens.
Esta trupe de bonifrates recorre a vários elementos que se relacionam com o teatro de bonecos: a presença de personagens fantásticos, demónios, anjos, a tentação, traição, conspiração, passando pelos sete pecados mortais, tudo elementos fundamentais para o desenrolar da ação.
download
ARQUIVO IMAGEM PROMO 52.1 MbARQUIVO IMAGEM DESENHOS 61.4 Mb
ARQUIVO IMAGEM PROCESSO DE CRIAÇÃO 214 Mb
ARQUIVO IMAGEM ENSAIOS 68.7 Mb
ARQUIVO IMAGEM MONTAGEM 24.6 Mb